Eita cerveja amarga!



As crianças de hoje não têm o que reclamar quanto aos remédios amargos. Outro dia, por curiosidade, provei um desses xaropes e, que surpresa: era doce, até agradável ao paladar. Na minha época era diferente, pois eu preferia levar duas injeções do que tomar remédio oral por duas semanas, de tão amargo que era!

Como o tempo inverte as coisas. Analisando as minhas cervejas preferidas, constato que hoje, prefiro as mais amargas. De fato, quanto mais amarga, melhor. Mas o que será que tem na cerveja que a faz mais ou menos amarga?

A resposta é uma planta, da família do Cannabaceae (para quem lembrou de Canabis, não é coincidência) com nome de coisas de Harry Poter: a Humulus lupulus, ou, simplesmente: lúpulo (em inglês Hop).

Originalmente, o lúpulo era adicionado à cerveja no processo de fabricação pois os seus ácidos possuem características antibióticas e antibactericida. Então, quando incluído antes do processo de fermentação, matava os concorrentes da levedura e deixava para elas o caminho todo livre para consumir o açúcar e transformá-lo em álcool. Pode também ser adicionado posteriormente à fermentação, em um processo chamado "dry hopping". Foi muito utilizado no transporte de cerveja, principalmente da Inglaterra para a Índia.

Em seu uso antes da fermentação, o lúpulo é adicionado quando o mosto é cozido e, quanto mais tempo ele ferve, mais libera o seu óleo amargo. Este processo de chama lupulagem.

Ainda sobre amargor, existe uma medida chamada Internation Bitterness Unit (IBU). Quanto maior o IBU, mais amarga é a cerveja. Pode reparar quanto tomar a próxima!

O primeiro lugar em que se tem notícia onde o lúpulo foi cultivado é Hallertau, na Baviera há muito tempo atrás. Apesar disso, atualmente não são muitos os países produtores: França, Bélgica, Inglaterra, República Tcheca, Estados Unidos, entre poucos outros. No Brasil não existe produção ainda (existe uma tímida iniciativa em andamento na região de SC) e, por isso, quando vejo propaganda de cerveja que diz utilizar lúpulo importado eu morro de rir.


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