Responda: quanto
valeria o livro com a história da Chapeuzinho Vermelho? Bom, se
comprado em algum sebo empoeirado do centro de São Paulo talvez
alguns poucos reais. Nas livrarias especializadas, quem sabe, um
pouco mais, afinal são ambientes iluminados, com carpete novinho,
cheiro agradável... Agora, imagine quanto valeria o mesmo livro, só
que escrito de próprio punho por ninguém menos do que a própria
Chapeuzinho Vermelho. A história seria a mesma mas, pela
exclusividade do livro imagine quanto valeria!
São as formas de se
agregar valor aos produtos que, muitas vezes, os valorizam. Para a
Westvleteren, esta cerveja trapista com um nome de difícil
pronúncia, talvez seja o mesmo caso, apesar de ter sido (ou ainda
ser) considerada a melhor cerveja do mundo. Para quem não conhece,
as cervejas do tipo Trapista têm este nome por serem produzidas em
monastérios comandados por monges... trapistas. O nome (na verdade,
"Ordem Cisterciense da Estrita Observância") não tem nada
a ver com "trapo" mas sim está associado ao mosteiro de
Nôtre-Dame de la Trappe, que foi o primeiro mosteiro a aderir à
nova ordem.
Alguns fatos
interessante sobre a vida dos trapistas: eles fazem um voto de
silêncio, vivem para orar e trabalhar, passam praticamente toda a
vida em um único mosteiro mas... existe ao menos uma grande
compensação: podem beber (não sei como conseguem beber e manter o
voto de silêncio). Sendo assim, produzem cervejas consideradas entre
as melhores do mundo, tanto para consumo interno quanto para a venda.
O termo "Cerveja
Trapista" é uma denominação internacional e, atualmente,
poucos lugares podem produzir tais cervejas. Bélgica, Holanda e
França são, basicamente, os únicos países onde existem
monastérios que seguem esta tradição e têm o direito, portanto,
de imprimir em seus rótulos o termo Trapista.
Sobre Westvlereten, ela
é produzida na Bélgica, especificamente no monastério de Sixtus e
leva o nome da cidade vizinha a ele: Westvlet. Mas não pense que é
só chegar até a Bélgica, tomar um táxi e seguir até lá para
tomar a sua cerveja. Primeiro, o monastério fica em um local de não
muito fácil acesso. Segundo porque, devido à grande procura do
produto os monges limitam a quantidade de venda diária. Sendo assim,
você pode muito bem chegar lá e ter a grata surpresa de que a
cerveja simplesmente acabou! Para evitar este tipo de constrangimento
é aconselhável agendar a sua visita com antecedência (mas nada
parede ser muito garantido!).
Portanto, não é uma
cerveja que será facilmente encontrada no supermercado ou padaria.
Basicamente, a única forma de conseguir alguma unidade é indo até
a fonte ou pedindo para algum conhecido trazer (apesar que pode-se
comprar apenas algumas unidades por pessoa).
Sendo assim, quem sabe
um dia encaro de comprar e, obviamente, abrir uma dessas. Só assim
poderei saber se o final da história é realmente mais bonito!
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